"Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão; tranquilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo. Serei sempre apego pelo que vale à pena e desapego pelo que não quer valer. Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir." (Clarice Lispector) |
24 de jan. de 2011
Para se guardar, para se abrir.
11 de jan. de 2011
3 de jan. de 2011
ilhada
Talvez o ponto seja exatamente onde eu menos imagine que seja. Não é talvez o que se pergunta, mas como se pergunta. Como e porque. Mesmo no campo mais calmo, existe sempre algo de perturbador para se querer saber. Nada é muito do que parece.
Essa sensação de não sei o quê. Vontade de correr e não se fazer nada. Não ser nada. Sinto solidez, me solidifiquei na fragilidade. Finquei raízes numa terra estéril. Então o medo me aparece como a melhor cobertura de uma noite fria e insone.
O tempo fala por si e não espera ninguém, nem os cronômetros, relógios, ampulheta.
Vejo então, uma ilha solitária onde me aprisionei. Ao contrário das palavras boas e positivas que ando plantando por esses dias, não sinto no mais profundo. Os sentimentos precisam também purificar-se.
Não é o bastante.
Não gostaria e nem quero mais escrever mais nada disso, não quero mais sentir esse medo, essa angústia, nunca mais.
Logo eu. Mas não posso mentir para mim mesma e preciso libertar-me.
Encontrei refúgio nas palavras.
Quero ir embora.
[Tormentos de Alujá, pag 32]
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