1 de ago. de 2010

Não tem Título.

Faz uns dias que andei pensando em escrever algo, me lembrava, pensava em frases palavras sensações, mas quando estava frente a frente à tela e aos teclados, cansava, não, não escrevia. Via o tempo passar e estava bom demais. Eu falei demais. A verdade é que às vezes tenho a sensação de estar me complicando com as palavras, ou elas comigo. Parece que o pensamento perde o sentido na metade, do meio pro fim. Ou no começo.
Eu estava andando pelo centro da cidade, por aquelas ruas imundas, entre pessoas apressadas, eu também estava. Sacolas batendo, sinal, fumaça, barulho, comida, fome, preços, impressão de tudo ali estar à venda. E ninguém vê nada disso. Estava angustiada, cansada sabe lá de quê. De mim, talvez, daquele sentimento. Andei andei, ruas apertadas, não me fazia sentido nada disso, estar ali naquela bagunça tendo na cabeça tantos pensamento apertados assim como as ruas. Mas aí, eu me surpreendi.
Praça do Ferreira, vento, aberto. O mesmo barulho, outras tantas pessoas passando, mas elas passavam. Eu me senti bem. Vi uma revoada de pombos, um relógio central da praça parado. O tempo, ele não parou. Só o relógio, eu parei, desacerelei por dentro. Tranqüilizei a agonia. Atravessei a praça, como quem redescobre. Sentimento de fazer um pouco de razão. Saí, continuei e meu dia ganhou novas vontades, caminhei.